Iced Earth: Horror Show


Após o super bem sucedido debut do projeto paralelo Demons And Wizards de Jon Schaffer (guitarrista e líder de Iced Earth) com Hansi Kürch (Blind Guardian), o Iced Earth lança o álbum temático “Horror Show” em 2001. O álbum relata histórias de conhecidos personagens de romances clássicos e contos de terror (como Van Helsing e Jack “Estripador”) em 10 faixas, mais uma cover de Transylvania do Iron Maiden. Musicalmente é impossível não notar o (até então) novo direcionamento da banda, mostrando ao invés do conhecido Heavy Metal com influências Thrash, um som agora mais inclinado ao Power Metal, com refrões pomposos e cheios de corais.

O álbum abre com a faixa chamada “Wolf”, uma música veloz e mais complexa do que o habitual no “Iced Earth clássico”. Seu refrão é forte e empolgante, mostrando o que estaria por vir no álbum. A música “Damien” vem a seguir não me deixando mentir sobre a nova tendência da banda, apresentando de início corais para causar calafrios até ao mais experiente ouvinte da vertente Power Metal. A terceira faixa é “Jack” (“Estripador” como já foi citado) e vem com uma força incrível. A música possui de cara riffs devastadores, seguidos de um vocal agressivo, que desemboca em um refrão grudento. È sem dúvida uma das melhores do álbum. A seguir vem “Ghost Of Freedom”, uma música boa e calma, provando mais uma vez, que balada é uma grande especialidade de Iced Earth. Se ainda não escutou, escute Something Wicked This Way Comes para saber do que estou falando. Em seguida temos “Im-Ho-Tep (Pharaoh's Curse)” a qual possui um clima egípcio que nos arremeta à trilogia “Something Wicked”. “Jekyll & Hyde” é a música que sucede, com uma grande atmosfera catastrófica, realmente digna da história do doutor que liberta de si um bizarro demônio, tomando uma poção que inventou. Após esta, somos presenteados com mais uma das especialidades do Iced Earth. Falo de “Dragon’s Child”, uma música incrível e que transmite imenso poder em seu verso. Digo que esta é uma especialidade da banda, pois músicas dramáticas e com feeling sempre foram notáveis em meio a seus álbuns. Depois vem “Transylvania”, clássico instrumental do Iron Maiden interpretada de forma acima do esperado, com uma execução muito boa por parte de todos os instrumentistas. A música “Frankenstein” é um tanto ‘Hard Rock’. Possui um ar um pouco mais descontraído do que as demais. O dueto de vocais de Matthew Barlow com Jon Schaffer se torna a maior atração da música. “Drácula” é um dos destaques do álbum em minha opinião, pois o desenvolvimento dessa é simplesmente fantástico. Possui uma linda abertura acústica, que mais tarde entra a distorção de forma repentina, acompanhado de vocais estridentes de Matthew (um dos melhores momentos do álbum). A seguir toma um rumo veloz e emocionante até chegar a um refrão glorioso, bem ao estilo Blind Guardian. O álbum encerra com a grande “The Phantom Opera Ghost”, reproduzindo um clima medieval e certa melancolia em sua abertura. Em certos momentos da música, uma mulher de voz não inédita nos álbuns do Iced, faz dueto com Matthew.

Pôde-se notar certa influência musical vinda do Demons And Wizards a partir deste álbum, caso contrário, Iced Earth dificilmente iria se inclinar tanto para o Power Metal. Porém, essa mudança musical dividiu opiniões de fãs. Muitos ainda preferem aquele som mais direto de 1998 para traz. Pessoalmente, sempre fui fã de Iced Earth e como se pôde notar, sou um dos que recebi positivamente essa mudança.

9,0

Por: Erlon Britto Ramos